Portugueses na Suíça lançam abaixo-assinado
Lisboa, 31 Out (Lusa) - A comunidade portuguesa na Suíça exigiu hoje que o organismo que coordena os serviços escolares naquele país (CDIP) tome "medidas concretas" para combater o insucesso escolar entre os filhos dos emigrantes.
Num abaixo-assinado, que circulou pela Internet e que vai ser entregue quinta-feira à CDIP, os emigrantes apelam àquele organismo para que sejam tomadas "medidas concretas" para resolver os fracos resultados escolares dos alunos portugueses e evitar que sejam enviados em grande número para as classes especiais.
Os portugueses exigem ainda que a CDIP peça desculpa à comunidade pela forma "chocante" como caracterizou a comunidade num relatório enviado aos serviços escolares dos cantões suíços.
O relatório, divulgado segunda-feira pela Agência Lusa, revela que os alunos portugueses naquele país obtêm os resultados escolares mais baixos entre as comunidades estrangeiras e recorrem "excessivamente" a classes especializadas.
O documento diz igualmente que os filhos dos emigrantes "raramente acedem a uma formação pós-obrigatória", profissional ou universitária, e que os fracos resultados escolares das crianças portugueses devem-se "ao desinteresse total dos pais em acompanhar" a educação dos filhos e à "origem sócio-cultural modesta".
"As famílias portugueses que se instalaram na Suíça são geralmente de uma origem sócio-cultural muito modesta (para não dizer mais)", lê-se no documento, que adianta que a maior parte das famílias "não tem o hábito de leitura".
A CDIP classifica os portugueses na Suíça como "uma comunidade sem cabeça", por não disporem de qualquer elite que lhes possa servir de modelo.
O conselheiro da comunidade portuguesa na Suíça Manuel de Melo disse à Agência Lusa que os emigrantes têm consciência dos fracos resultados dos alunos portugueses, mas contestam a forma como a CDIP justifica as causas do insucesso escolar e a linguagem utilizada para a caracterizar.
No abaixo-assinado, os emigrantes referem que o documento da CDIP representa "uma autêntica falta de respeito" e não retrata a comunidade portuguesa, que "está completamente integrada na Suíça" e conta com professores universitários, médicos, políticos, sindicalistas, bancários, quadros superiores e empresários.
Entretanto, alguns membros da comunidade têm enviado correios electrónicos para aquele organismo a contestar o relatório.
Segundo Manuel de Melo, a entidade já respondeu individualmente, pediu desculpas e referiu que o relatório "não corresponde a uma tomada de posição da CDIP", tratando-se da "difusão não autorizada de um documento interno da secretaria-geral da CDIP".
Os fracos resultados escolares dos alunos portuguesas e a indignação da comunidade portuguesa fazem hoje manchete no jornal diário suíço Le Courrier.
O jornal destaca em primeira página o título "Resultados escolares dos portugueses explicados pela sua classe social".
CMP.Lusa/Fim
Num abaixo-assinado, que circulou pela Internet e que vai ser entregue quinta-feira à CDIP, os emigrantes apelam àquele organismo para que sejam tomadas "medidas concretas" para resolver os fracos resultados escolares dos alunos portugueses e evitar que sejam enviados em grande número para as classes especiais.
Os portugueses exigem ainda que a CDIP peça desculpa à comunidade pela forma "chocante" como caracterizou a comunidade num relatório enviado aos serviços escolares dos cantões suíços.
O relatório, divulgado segunda-feira pela Agência Lusa, revela que os alunos portugueses naquele país obtêm os resultados escolares mais baixos entre as comunidades estrangeiras e recorrem "excessivamente" a classes especializadas.
O documento diz igualmente que os filhos dos emigrantes "raramente acedem a uma formação pós-obrigatória", profissional ou universitária, e que os fracos resultados escolares das crianças portugueses devem-se "ao desinteresse total dos pais em acompanhar" a educação dos filhos e à "origem sócio-cultural modesta".
"As famílias portugueses que se instalaram na Suíça são geralmente de uma origem sócio-cultural muito modesta (para não dizer mais)", lê-se no documento, que adianta que a maior parte das famílias "não tem o hábito de leitura".
A CDIP classifica os portugueses na Suíça como "uma comunidade sem cabeça", por não disporem de qualquer elite que lhes possa servir de modelo.
O conselheiro da comunidade portuguesa na Suíça Manuel de Melo disse à Agência Lusa que os emigrantes têm consciência dos fracos resultados dos alunos portugueses, mas contestam a forma como a CDIP justifica as causas do insucesso escolar e a linguagem utilizada para a caracterizar.
No abaixo-assinado, os emigrantes referem que o documento da CDIP representa "uma autêntica falta de respeito" e não retrata a comunidade portuguesa, que "está completamente integrada na Suíça" e conta com professores universitários, médicos, políticos, sindicalistas, bancários, quadros superiores e empresários.
Entretanto, alguns membros da comunidade têm enviado correios electrónicos para aquele organismo a contestar o relatório.
Segundo Manuel de Melo, a entidade já respondeu individualmente, pediu desculpas e referiu que o relatório "não corresponde a uma tomada de posição da CDIP", tratando-se da "difusão não autorizada de um documento interno da secretaria-geral da CDIP".
Os fracos resultados escolares dos alunos portuguesas e a indignação da comunidade portuguesa fazem hoje manchete no jornal diário suíço Le Courrier.
O jornal destaca em primeira página o título "Resultados escolares dos portugueses explicados pela sua classe social".
CMP.Lusa/Fim