Um CCP de sarjeta...

Só pode ser levada a conta de "boutade" diplomática a surpreendente lista de nomes proposta pelo embaixador de Portugal na Suíça, Eurico Paes, para integrarem o Conselho das Comunidades Portugesas (CCP) por nomeação do governo.
Como se sabe, a nova lei orgânica do CCP prevê a eleição (já realizada no dia 20 de Abril) de 63 conselheiros e a nomeação de outros 10 pelo governo. Solicitado pela Secretaria de Estado das Comunidades a indicar os nomes de "figurantes" na Suíça para a referida nomeação, o nosso embaixador cometeu alguns pecados capitais nas suas escolhas: (i) Parece bem pouco democrático, além de defraudador do voto dos eleitores, convidar para uma eventual nomeação uma candidata derrotada nas urnas pelos emigrantes, no passado dia 20 de Abril, mais parecendo procurar agradar a «uma proposta oficial, vinda de cima» do que a critérios de representatividade e competência; (ii) Não faz nenhum sentido procurar envolver novamente no CCP dois ex-conselheiros que legitimamente decidiram não canditar-se à última eleição para este órgão, certamente por considerarem o mesmo pouco democrático e credível; (iii) Dá sinais de proteccionismo serôdio e algum amiguismo partidário em relação a uma conselheira municipal portuguesa de Lausanne - cujo grau de competência e credibilidade têm sido postos em causa nos últimos tempos pelos seus próprios pares políticos.
Conclusão: à indiferença manifestada pelos emigrantes, expressa na participação quase nula dos mesmos no acto eleitoral e das rocambolescas peripécias em que o mesmo esteve envolvido em alguns círculos eleitorais, com manifesto desrespeito pela lei que acabaram em queixas, reclamações e pedidos de impugnação, levando a que os resultados ainda não tenham sido validados oficialmente, junta-se agora estas nomeações de trampa, para aumentar ainda mais o pivete a que tresanda este CCP de sarjeta em estado de pura putrefacção.

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