Erros políticos desses pagam-se caro!

Sem a elaboração do necessário estudo técnico para legitimar as decisões políticas que de outro modo serão imediatamente contestáveis, o plano de reestruturação consular proposto pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, parece-me uma medida desconcertada, cujos efeitos colaterais não tardarão a fazer-se sentir negativamente na imagem do governo.
É certo que nos estamos a dar conta de que a alteração demográfica e a concentração urbana das nossas comunidades implicam um novo ordenamento da rede consular portuguesa. Pelo que não ficaria chocado se alguns postos de carreira fossem reclassificados em «Vice-Consulados» ou «Escritórios Consulares», aliás duas figuras previstas na Convenção de Viena sobre Relações Consulares. Como também acharia bem que, em algumas grandes aglomerações urbanas onde continuam a existir inexplicavelmente — trata-se de um desperdício de meios e fundos — dois ou três consulados de carreira, estes fossem fundidos numa única estrutura consular tipo «Loja do Cidadão», desde que se garanta a eficácia e qualidade dos serviços prestados pelas referidas «Lojas do Cidadão» existentes em Portugal.
Já não poderei aceitar que se eliminem pura e simplesmente consulados de carreira, sem se garantir a permanência nesses locais de pelo menos um «Escritório Consular». Por outro lado, a solução dos «Consulados Honorários» — que não passam de baiucas consulares, como já em tempos lhe chamei, onde se misturam negócios privados com serviço de interesse público — não dignificará o Estado e apenas servirá os interesses de alguns barões locais, em detrimento dos emigrantes portugueses.
Cuidado António Braga, erros políticos desses pagam-se caro!

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