Suíços pedem desculpa à comunidade portuguesa

NOTA INFORMATIVA

Em resposta ao abaixo-assinado subscrito por dezenas de portugueses, e através de uma nota que reproduzimos a seguir, assinada pelo seu Secretário-Geral, Hans Ambühl, a Conferência suíça dos Directores cantonais de Instrução Pública (CDIP) apresenta formalmente desculpas à comunidade portuguesa e compromete-se a prosseguir activamente a cooperação construtiva com as autoridades portuguesas, nomeadamente com a embaixada de Portugal em Berna, no que respeita à escolarização das crianças portuguesas.

Por agora, e porque o que está em causa são os legítimos direitos e interesses das crianças portuguesas, aceitamos as desculpas da CDIP, sem contudo deixarmos de considerar que as suas alegações estão escudadas em desculpas bacocas, especialmente no calino «documento interno» pois, mesmo a «nível interno» nada justifica o procedimento da CDIP.

Mas se o procedimento da CDIP não é recomendável, a postura das autoridades portuguesas, nomeadamente do Embaixador de Portugal na Suíça, Eurico de Paes, não lhe fica atrás. O mínimo que se esperaria da parte do embaixador de Portugal em Berna – depois de toda a comunidade lusa ter sido vexada e enxovalhada pela CDIP – era que o mesmo manifestasse publicamente a sua solidariedade para com a comunidade lusa e solicitasse de imediato às autoridades helvéticas um pedido formal de desculpas. Pelo contrário, o embaixador preferiu atacar cobardemente os conselheiros que denunciaram a situação, dirigindo-lhes uma missiva acusando-os de mediatismo. Ora, o embaixador português não só não cumpriu o seu dever, como também votou toda a comunidade portuguesa a um desprezo absoluto.

Esperando que tal não se repita no futuro, aconselhamos o embaixador de Portugal na Suíça a adoptar uma atitude mais responsável e a assumir a defesa dos verdadeiros interesses dos emigrantes portugueses. É para isso que servem os embaixadores.

No que respeita ao problema concreto, que é o insucesso escolar dos alunos portugueses na Suíça e o elevado número de crianças lusas em “Classes Especiais”, continuamos a exigir às autoridade suíças e portuguesas, uma maior intervenção de ambas as partes na procura de soluções que conduzam a uma melhoria dos coeficientes de aproveitamento escolar das crianças portuguesas.

Continuamos a aguardar que seja constituído o grupo de trabalho luso-suíço para acompanhar esta problemática, e que seja feito o levantamento rigoroso de todas as crianças portuguesas que frequentam o ensino espacial suíço e sejam fornecidas as cadernetas escolares das mesmas, tal como foi prometido há quase quatro meses pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, e pelo embaixador de Portugal em Berna.

Por último, agradecemos a todos os nossos compatriotas que nos têm apoiado nesta luta em defesa das nossas crianças e jovens, e apelamos a todos para que se mantenham vigilantes, pois não podemos ficar à espera do poder político que, por vezes, é moroso e talvez desinteressado.

Genebra/Sion, 2 de Novembro de 2007.

MANUEL DE MELO e ANTÓNIO DIAS FERREIRA
Conselheiros da Comunidade Portuguesa

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Mesdames, Messieurs,

La Présidente de la Conférence suisse des directeurs cantonaux de l'instruction publique (CDIP), Mme la Conseillère d'Etat Isabelle Chassot, a bien reçu votre message et nous a priés de bien vouloir vous apporter les éléments de réponse nécessaires.

Nous comprenons pleinement l'émotion et les sentiments que vous avez pu ressentir à la lecture du communiqué de presse publié par MM. Manuel de Melo et Antonio Dias Ferreira. Nous partageons d'autant plus cette émotion que les propos relatés dans ce communiqué ne correspondent en rien à une prise de position de la CDIP et encore moins à une déclaration de la Présidente de notre Conférence.

Pour votre information, les propos relatés dans le communiqué de presse en question proviennent de la diffusion non autorisée d'un document interne du Secrétariat général de la CDIP reflétant non pas l'évaluation de notre Conférence, mais seulement l'appréciation personnelle de l'un de nos collaborateurs. Néanmoins, nous tenons à vous présenter toutes nos excuses pour les propos non différenciés et sans nuance, contenus dans ce document, au sujet des facteurs explicatifs de l'échec scolaire de certains enfants portugais en Suisse.

La CDIP tient enfin à vous assurer qu'elle poursuivra activement la coopération constructive établie avec les autorités portugaises, en particulier avec l'ambassade de ce pays à Berne, en ce qui concerne la scolarisation des enfants portugais en Suisse.

En vous réitérant nos regrets pour ces propos qui ont pu vous blesser et en restant à votre disposition pour tout renseignement complémentaire, nous vous adressons, Mesdames, Messieurs, nos meilleures salutations.


Conférence suisse des directeurs
cantonaux de l'instruction publique

Hans Ambühl
Secrétaire général

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Les soussigné-e-s ont été choqué-e-s par la façon dont les documents de la Conférence suisse des directeurs cantonaux de l'instruction publique (CDIP) ci-joints ont été rédigés. Ces textes sont injurieux et inexacts.C'est un vrai manque de respect envers une communauté qui est attachée à la Suisse, qui s'y est bien intégrée et qui se préoccupe de l'avenir de ses enfants. Ce sont en effet les membres de la communauté portugaise qui ont été à plusieurs reprises à l'origine d'une demande de concertation entre les autorités portugaises et les autorités suisses sur la situation de leurs enfants dans le système scolaire suisse!Les représentants de la communauté portugaise en Suisse ne partagent pas les définitions des causes des problèmes de scolarité des jeunes portugais telles que décrites dans les documents de la CDIP. De même, ils s'étonnent du manque de propositions concrètes pour résoudre le problème des élèves.
Enfin, la communauté portugaise, très fière des nombreux travailleurs portugais qui ont beaucoup contribué au développement économique et social de la Suisse, informe les responsables de la CDIP que leur communauté compte aujourd'hui de nombreux professeurs universitaires, cadres supérieurs, entrepreneurs, médecins, syndicalistes, politiciens, etc. Elle souhaite recevoir des excuses de la part de la CDIP et voir des mesures concrètes pour résoudre les problèmes de ses jeunes se mettre en place.

Signataires

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