O implícito do óbvio

As declarações que o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, prestou hoje, à Agência Lusa, a propósito do problema que afeta os funcionários consulares portugueses na Suíça, são o implícito do óbvio.

Afirma o secretário de Estado que «nós compreendemos as suas reivindicações e temos consciência que alguns deles estão em situação muito difícil», acrescentando ainda que «é um problema grave mas não exclusivo da Suíça».

Custou mas foi. Cinco semanas foi o tempo que levou o brilhantíssimo governante a perceber aquilo que era mais do que óbvio e que toda a gente (menos ele) já tinha compreendido há muito tempo. É que existe um grave problema para resolver com esses trabalhadores.

Diz ainda José Cesário que «estamos a estudar soluções que, estou convencido, não virão num futuro próximo e disse isso aos funcionários».

É simplesmente “fantabulosa” a capacidade de raciocínio de José Cesário. Se para perceber a existência do problema foram necessárias cinco semanas, é implícito e mais do que óbvio que, para este Governo serão necessários cinco anos para encontrar solução para o mesmo. Até porque, para José Cesário, a questão não está na gravidade do problema, mas sim na falta de exclusividade do mesmo, deixando igualmente implícito e óbvio que, o actual Governo só está cá para resolver os problemas exclusivos.

Ainda na senda do raciocínio do ilustre e exclusivo governante – porque também é implícito e muito mais do que óbvio – podemos concluir que o cargo de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas apenas serve para derreter mais uns cobres do erário público. E que a competência de funções delegadas ou ainda por delegar ao mesmo pelo Ministro, seriam certamente melhor desempenhadas por um qualquer director-geral, com a inerente poupança de fundos que muito jeito daria nos dias que correm.

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