Atenção António Braga

Um dos principais problemas dos portugueses na Suíça tem a ver com o elevado número de crianças e jovens que frequentam as designadas “Classes Especiais” ou “Classes Especializadas” do ensino helvético.
Na sua larga maioria, são crianças e jovens com capacidades normais que são colocadas indevidamente nessas classes do ensino especial suíço, donde dificilmente sairão para integrar o sistema normal de ensino ou fazer uma formação profissional.
No ano lectivo que agora terminou, 2500 alunos portugueses frequentavam as “escolas especiais”, número que representa 10 por cento do total de alunos no ensino secundário II e 8 por cento do total de alunos portugueses em todos os ramos de ensino.
Comparativamente com outras nacionalidades, a taxa portuguesa é elevadíssima: 1,3 por cento de alemães; 1,9 por cento de franceses; 2,6 por cento de suíços e 5 por cento de italianos e espanhóis.
Ora, sabe-se que António Braga, na sua próxima deslocação à Suíça, prevista para os dias 9 a 13 de Julho, tem agendados encontros com responsáveis suíços do ensino, nomeadamente em Berna, Zurique e Genebra.
Esperemos que nesses encontros António Braga tenha a coragem e, sobretudo a honestidade política e moral, para colocar o dedo na ferida e fazer a necessária pressão juntos das autoridades suíças, para que as mesmas adoptem medidas tendentes à inversão desta situação.
No caso concreto de Genebra, António Braga tem agendada uma curtíssima audiência com o presidente deste cantão suíço, Charles Beer, que é também responsável do Departamento de Instrução Pública (DIP), e que no passado foi o relator da comissão de educação do parlamento de Genebra, que acabaria por propor o arquivamento de uma petição apresentada por um grupo de portugueses, em que se exigia ao DIP que pusesse fim à sua prática de envio indiferenciado de crianças para o ensino especial.
O relatório de Charles Beer foi elaborado na base de critérios nada transparentes e pouco sérios, tendo constituído uma fraude monumental. Manipulação e omissão foram os elementos chave do referido relatório, que apenas procurou branquear os “disfuncionamentos” dos serviços de ensino do cantão responsáveis pelo ensino especial
Não admira, pois, que Charles Beer seja hoje o responsável do Departamento de Instrução Pública do cantão de Genebra, e que o DIP continue a não respeitar os direitos das crianças e jovens portugueses em matéria de educação.

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